sábado, 21 de março de 2015



OYÁ TEMPO ou LOGUNAM









É a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como ordenadora do caos religioso
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.

Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.

“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos estimuladores da evolução religiosa dos seres.

Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a coroa regida por outros orixás), então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.

Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa “beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!

Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.

Oyá – O Trono Feminino da Fé
Logunan / Oyá-Tempo, Éos, Moiras, Andrômeda, Horas, Nornes, Rodjenice, Tara, Nut, Shait, Arianhod, Aya, Tamar, Mora, Menat, Tanith, Nicnevin, Comentário.


Oyá-Tempo — Divindade de Umbanda, é o Trono Feminino da Fé, absorve a fé em desequilíbrio, de forma ativa, reconduzindo o ser a caminho de seu equilíbrio. Cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita desta qualidade divina com más intenções.
Fator cristalizador e temporal é o próprio espaço-tempo onde tudo se manifesta. Lembrando que nossa relação de espaço-tempo depende totalmente da movimentação dos astros no espaço, da onde vêm conceitos como dia e noite juntamente com nosso senso cronológico. Dizemos que é uma divindade atemporal, pois é em si o próprio tempo não estando sujeita a ele, mas regendo seu sincronismo.
Elemento cristalino. Religiosamente goza de posição de destaque, pois rege a própria religiosidade no ser.
Sua cor é o branco e o preto, que é a presença de todas as cores ou a ausência de todas (em seu aspecto de absorção e esgotamento da religiosidade desvirtuada e dos excessos cometidos em nome da fé). Simbolizada pela espiral do tempo, se manifesta em todos os locais, assim como Oxalá com o qual faz um par nesta linha da fé. Cor: Branco e preto ou fumê. Pedra: Quartzo fumê rutilado.


Éos — Divindade grega, conhecida entre os romanos como Aurora, filha de Hipérion com Teia. Irmã de Hélio (o Sol) e Selene (a Lua). Era sua tarefa abrir todas as manhãs os portões do céu para deixar sair a carruagem do Sol. Teve muitas uniões e muitos filhos, entre os quais podemos citar os Ventos e os Astros.
Moiras — Divindades gregas, conhecidas como Parcas entre os romanos. São três irmãs, responsáveis pelo tempo e por tecer os fios de nosso destino. Aparecem humanizadas como anciãs encantadas. Seus nomes são Lachesis, Cloto e Átropos. Filhas de Nyx, a Noite, são elas que tecem os fios de nossa vida e destino. Cloto, “a tecelã”, tecia o fio da vida; Lachesis, “a medidora”, media o comprimento certo de cada fio, e Átropos, “a inevitável”, o cortava com sua tesoura.
Andrômeda — Divindade grega das estrelas e planetas, vista como sendo a própria constelação que leva o seu nome.
Horas — Divindades gregas, originariamente a palavra Hora era utilizada para determinar as estações do ano que se dividia apenas em três, Primavera, Verão e Inverno. São filhas de Zeus e Têmis, Eunomia (a Boa Ordem), Dicéa (a Justiça) e Irene (a Paz). Quando surge o conceito de Outono e Solstício de Inverno, duas novas horas aparecem na mitologia, Carpo e Talate, guardiãs dos frutos e flores. Quando os gregos dividiram os dias em 12 partes iguais, os poetas identificaram 12 horas, chamadas “As 12 Irmãs”. Contando-se primavera, verão, outono e inverno as horas aparecem com idades diferentes, nesta ordem, da jovem e ingênua adolescente até a madura e sábia anciã.


Nornes — Divindades nórdicas do tempo e do destino se dividem em Urdhr, a avó anciã (passado), Verdanti, a mãe matrona (presente) e Skuld, a jovem (futuro).


Rodjenice — Divindades eslavas do destino, eram três mulheres que teciam os fios da vida assim como as parcas gregas e nornes nórdicas, eram oferecidas a elas as primeiras porções de comida das comemorações batismais, assim como a placenta do bebê, enterrada ao lado de uma árvore. Eram conhecidas por Rodjenice, Sudnice e Sudjenice ou Fatit, Ore e Urme.


Tara — Divindade hindu, regente do céu e das estrelas, senhora do tempo.


Nut — Divindade egípcia, Divindade do céu, seu corpo forma a abóboda celeste, aparece curvada como um arco sobre a Terra. Nut é o próprio céu, o espaço onde tudo acontece. Representada por uma vaca, também tem a função de recolher os mortos em seu império. 
Shait — Divindade egípcia do destino, acompanhava toda a encarnação de cada um anotando seus vícios e virtudes. Ela é quem dava a sentença final após a alma passar pela balança de Maat.


Arianrhod — Divindade celta, guardiã da “roda de prata” que circunda as estrelas, símbolo do tempo e do carma. Deusa da reencarnação tem como símbolo a própria espiral do tempo.Divindade dos ancestrais celtas vive em sua própria dimensão com suas sacerdotisas. Decide o destino dos mortos levando-os para sua morada ou para a Lua. Aparece no Mabinogion, uma coleção de relatos escritos entre o século XI e XIII d.C., como filha de Don e mãe dos gêmeos Lleu Llow Gyffes e Dylan.


Aya — Divindade babilônica, “Aurora”, esposa do deus-sol babilônico Shamash. 
Tamar — Antiga Divindade russa, do tempo, que habitava no céu, de onde regia as estações do ano. Aparece como a virgem que viaja pelo céu montada em uma serpente dourada. Tamar é quem aprisionava o Senhor dos ventos no Verão para soltar no Inverno, para que trouxesse a neve.


Mora — Divindade eslava do tempo e do destino. Aparece como divindade branca e alta para dar a vida, e como negra, olhos de serpente e patas de cavalo para ceifar a vida.


Menat — Antiga Divindade árabe que teve seu culto abolido por Maomé e o Islã. Essa divindade representa a força do destino, senhora do tempo e da morte, aparece sob a forma de anciã.


Tanith — Divindade cartaginense, regente do céu. Aparece com asas tendo o Zodíaco a lhe envolver a cabeça. Usa um vestido repleto de estrelas trazendo em suas mãos o Sol e a Lua.


Nicnevin — Divindade escocesa que rodopia o céu durante a noite para conduzir as almas em sua passagem.


Comentário: O Trono Feminino da Fé, Oyá-Tempo, encontrado em várias culturas, nos mostra uma divindade que, não estando sujeita ao tempo, torna-se atemporal. Passa a regular tudo o que se refere a estações do ano e clima, também mostrando-se presente como o espaço onde tudo acontece, a abóbada celeste, pois a relação espaço-tempo também depende dela. Na Umbanda, pode ser sincretizada com Santa Clara, sempre evocada para resolver as questões relacionadas ao clima e ao tempo, pela maioria das pessoas.

Textos com Base em leituras de Alexandre Cumino e Rubens Saraceni
AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OYÁ TEMPO

Os Filhos e as Filhas de Oyá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua Mãe Divina exige deles uma certa “beatitude”, já que, das Mães Divinas, Ela é a mais rigorosa com os seus filhos relapsos.

São Simpáticos, discretos, silenciosos, observadores, amigos e conselheiros, emotivos, mas guardam suas emoções para si ao invés de exterioriza-las, lutadores e muito sinceros.

Podem ser Retraídos, ciumentos, possessivos, evasivos, fugidios, descrentes, desconfiados, não perdoam uma ofensa, mesmo que for inconsciente. São glaciais nos seus envolvimentos emocionais.

Apreciam as coisas religiosas, o estudo, a música suave ou romântica, um pouco de isolamento, conversas construtivas, a companhia de pessoas discretas e de homens e mulheres maduros, reservados e amorosos.

QUANDO FIRMAR PARA OYÁ

- Para cortar magias negras

- Para afastar eguns

- Para “congelar” atuações de magos negros

FIRMEZA PARA OYÁ

Bambu, cristal Fumê e cabaça com água

AMANCI

Agua de chuva com folhas de eucalipto e pétalas de rosa amarela maceradas e curtidas por 7 dias.

ALGUNS CABOCLOS DE OYÁ-TEMPO:

Caboclo Gira Mundo, Caboclo do Tempo, Caboclo (ou Cabocla) Lua, Caboclo Sete Luas (de Oxalá e Oyá-Tempo).

Os Caboclos Velhos também recebem uma regência da Mãe Oyá-Tempo, dentro do Mistério Ancião (atravessaram o Tempo, adquiriram a experiência e o saber, aprimoraram a Fé e a Religiosidade, e atuam nesses campos).


ALGUNS EXUS E POMBA GIRAS DE OYÁ-TEMPO:

EXUS: Exu Vira Mundo, Exu Gira Mundo, Exu do Tempo, Exu Porteira da Religiosidade, Exu chave da Religiosidade, Exu 7 Chaves da Religiosidade (de Oxalá e Oyá), Exu 7 Chaves da Fé e da Religiosidade (de Oxalá e Oyá), Exu 7 Porteiras da Religiosidade (de Oxalá e Oyá).


Os Exus Velhos também recebem uma regência de Oyá-Tempo, da mesma forma que os Caboclos Velhos.

E esses nomes ou denominações de Exus também podem ser aplicados às Pomba Giras de Oyá-Tempo: Pomba Gira do Tempo, Pomba Gira Chave da Religiosidade etc..

A Senhora Pomba Gira Maria Padilha é regida pelo Mistério do Tempo e atua sobre os desequilíbrios no campo da Fé e da Religiosidade, cortando as ilusões.

TRONO
Trono Feminino da Fé
Linha
Fator
Condutor, Desmagnetizador, Descristalizador
Essência
Cristalina
Polariza com
Oxalá
Cor
Fumê, prateado, preto e branco, azul escuro
Aqui, a cor branca simboliza a presença de todas as cores; e a cor preta simboliza a ausência de todas as cores e representa o aspecto de absorção e esgotamento da religiosidade desvirtuada e dos excessos cometidos em nome da Fé. 
Fio de Contas
Contas e Missangas de suas cores
Ferramentas 
Ampulheta,  Bambu
Ervas
Eucalipto, Alecrim, Anis
Simbolos
Aspiral
Ponto na Natureza
Campo Aberto ao Tempo
Flores
flores do campo, rosas amarelas, palmas amarelas 
Essências
Eucalipto, Alecrim
Pedras
Quartzo Fumê e Cristais com incrustações 
Metais e Minérios
Estanho. Dia indicado para consagração: 3ª feira. Horário: 13 horas 
Saúde
cérebro superior e olho direito 
Planeta
Cosmos
Dia da Semana
todos os dias da semana. Horário: 21 horas 
Chacra
Coronário
Saudação
Olha  o Tempo Minha Mãe!
Bebida
licor de anis, água mineral e água de chuva. 
Animais
Coruja
Comidas
canjica enfeitada com coco ralado ou tirinhas de coco; acaçás de leite ou acaçás de milho branco. 
Números
10
Data Comemorativa
11 de Agosto
Sincretismo
Santa Clara

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