Os Orixás
O vocábulo antigo Arashá significa " O Senhor da Luz ", equivale aos Orishis dos Brâmanes e aos Orixás dos Africanos, que em Yorubá significa: O senhor da Cabeça, ou seja, do principio espiritual ou Luz.
Para os umbandistas, existem várias formas e conceituação dos Orixás. Trataremos somente daquela que conceitua o Orixá como energia vinda de um elemento primordial da natureza.
Assim, cada Orixá representa uma força da natureza, que reverenciamos através das forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo. É essa força que, em equilíbrio, nos proporciona auxílio para os problemas que enfrentamos no dia-a-dia.
Não existe uma hierarquia entre os Orixás; cada Orixá exerce a sua função, um em conjunto com o outro, nunca separadamente.
A energia divina representativa em cada Orixá se combina, se conjuga e se harmoniza, desdobrando-se em outras energias que dão origem a outras manifestações da Força Divina na Natureza.
Um exemplo disso se percebe quando analisamos a manifestação dos Caboclos nos terreiros de Umbanda. Esses trazem os elementos que se conjugam na natureza, havendo, portanto, os caboclos ligados sempre ao elemento Oxossi, manifestação da energia da mata, mas com a energia de Xangô, por exemplo, pelo elemento mineral que se une ao elemento vegetal, dando origem a essa vibração conjunta.
O que ocorre, nesse caso, é que tanto a energia de Oxossi quanto a de Xangô não perdem suas essências, mas se combinam, adquirindo outras características vibratórias. O mesmo ocorre no caso da conjugação da energia de Oxossi com Ogum, gerando, por exemplo, a vibração do Caboclo Arranca-toco; na combinação com Omulu, gerando a vibração dos caboclos flecheiros e bugres ou no caso das iabás, dando origem aos caboclos e caboclas do mar (Iemanjá), dos rios, das cachoeiras (Oxum), etc.
Citamos somente o exemplo da energia proveniente do Orixá Oxossi, usando o exemplo dos caboclos, que serão sempre representantes da vibração da mata, mas mostrando como essa energia se agrega com as outras provenientes dos outros Orixás para gerarem vibrações decorrentes dos vários elementos. Mas, o mesmo ocorre com todas as variações dos Orixás que conhecemos como representação da energia proveniente da natureza.
Orixás não encarnaram, não tiveram uma vida corpórea na Terra. São energias emanadas da própria natureza, denominados Orixás Maiores. Estes são o topo de uma Hierarquia que se desdobra em outros sete "orixás-menores" (Espíritos Superiores, não reencarnacionais) que são chefes de Legiões; Legiões que se dividem em Falanges e sub-falanges, que também possuem chefes e entidades chefes de Grupamentos.
Orixá, dentro do culto Umbandista (de uma maneira geral) não incorpora. O que se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os Falangeiros dos Orixás, ou seja, Espíritos de grande força espiritual, de grande Luz, que trabalham sob as Ordens de um determinado Orixá, são conhecidos como um ser natural, que vive em uma realidade paralela à nossa.
A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento. Cada pessoa recebe a influência do Orixá que será seu protetor por toda a vida.
Assim, mesmo que a entidade se identifique como Oxóssi ou Odé, não é o Orixá em si, mas está se identificando em sua linha vibratória. Isso explica porque pode, em um mesmo trabalho ou simultaneamente em vários locais, haver entidades com o mesmo nome.
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